terça-feira, 6 de setembro de 2016

Bispo de Grantham, primeiro anglicano inglês a revelar sua homossexualidade

[ihu]

Bispo Nicholas Chamberlain

O bispo de Grantham se tornou o primeiro da poderosa Igreja anglicana da Inglaterra a revelar sua homossexualidade, em uma entrevista publicada no sábado pelo jornal britânico The Guardian.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 03-09-2016. A tradução é do Cepat.
Nicholas Chamberlain explica que tomou a decisão de falar publicamente de sua orientação sexual porque um jornal dominical, cujo nome não mencionou, ameaçava a revelar.
“Não é decisão minha fazer toda uma história desta saída do armário”, declara. “As pessoas sabem que sou gay, mas não sou o primeiro a dizer às pessoas. Minha sexualidade faz parte de mim, mas é em meu ministério que quero me concentrar”.
Chamberlain esclarece que a Igreja estava ciente quando o nomeou para o cargo, em novembro do ano passado. “Eu era eu mesmo. Aqueles que me nomearam conheciam minha identidade sexual”.
Justin Welby, arcebispo da Igreja de Canterbury e líder espiritual dos anglicanos de todo o mundo, ressaltou em um comunicado que “sua sexualidade não possuía qualquer relação com suas funções”.
“Estou perfeitamente a par da relação que o bispo Nick mantém há muitos anos”, afirmou. “Sua nomeação como bispo de Grantham foi decidida com base em suas qualidades e sua capacidade de servir a Igreja”.
Um porta-voz eclesiástico acrescentou que seria “injusto” excluir os aspirantes ao episcopado por causa de sua “ética sexual”.
Na entrevista, o bispo de Grantham descreve seu parceiro: “É leal, carinhoso e pensamos igual. Desfrutamos a companhia um do outro e compartilhamos nossas vidas”, afirmou.
A saída do armário de dom Chamberlain é um ato de “incrível coragem”, celebrou no Twitter Ruth Hunt, responsável por Stonewall, uma organização de defesa dos direitos das pessoas LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais).
A Igreja da Inglaterra é a mãe da comunidade anglicana, que conta com 85 milhões de fiéis em todo o mundo. Em 2005, autorizou homens e mulheres homossexuais unidos pelo civil a se tornar sacerdotes e, em 2013, acabou com a proibição de serem ordenados bispos.
A questão, não obstante, continua dividindo esta Igreja, opondo os setores mais liberais, nos Estados Unidos e Grã-Bretanha, aos mais conservadoras, majoritários em países como Quênia, Nigéria e Uganda, que ameaçou se desligar da Igreja da Inglaterra, caso esta continue pressionando contra a lei anti-homossexualidade ugandesa.

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