sábado, 27 de fevereiro de 2016

FÁTIMA: Na carta da História, o grande post-scriptum de Deus

[abim]
Por Leo Daniele



Imaginemos a História do mundo como uma carta, nossa época como uma de suas páginas, e os dias atuais como a última delas. Gostaríamos de colocar um post-scriptum nesta página derradeira? Ela está bem como está? Nada há a acrescentar, a tornar mais claro, ou a corrigir?
Inúmeros diriam por certo que há muito a acertar. Pois forçosamente a missiva elogiaria um mundo pós-cristão como é o nosso, e falaria da ressurreição de muitas maldades, da morte de numerosas esperanças.
O que falta para esta carta ser considerada por alguns como ignominiosa, infame, vergonhosa? Ela representa a época em que surgiu o nazismo, em que o comunismo ameaça, em que o desregramento dos costumes impera, e pode ser vista como degradante, ultrajante, aviltante. E tantas outras coisas.
“A partir de agora, a desordem reivindica seu lugar” (Edgard Morin). Além de toda a imoralidade e as más doutrinas, temos o caos.
Essa carta imaginária merece a adjetivação colocada acima? Não é questão de ser otimista ou pessimista, mas de ser pessimólogo, como dizia o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Ou seja, ser objetivo.
Mas a carta vai terminar e estamos supostamente na linha que divide o texto do post-scriptum. Doutor Plinio comenta que temos um símbolo desta linha num acidente geográfico existente na Indochina, o Istmo de Krá — “aquele istmo entre o scriptum asiático e o post-scriptum” (o istmo de Krá é um istmo que liga a península da Malásia com o resto da Ásia continental). Dir-se-ia que é um continente que recomeça. Nele estamos.
O fato é que nós já lemos, anotado no fim da folha da carta, “P.S.” (post scriptum). E se é para no centenário de Fátima ser lido da eternidade, como sua natureza pede, temos certeza de que o “P.S.” virá, embora não esteja ainda redigido, e não saibamos o dia nem a hora em que se iniciará.
Que irá ele dizer?
Em Fátima, em 13 de outubro de 1917, 70 mil portugueses testemunharam o "milagre do sol"
Em Fátima, no dia 13 de outubro de 1917, 70 mil portugueses testemunharam o “milagre do sol”

Um prelúdio expressivo: no dia 13 de outubro de 1917, ao meio-dia, 70.000 pessoas  (nada menos) “afirmaram ter presenciado o sol girar e ameaçar cair. Um testemunho tão amplo veio confirmar que as crianças tinham visto efetivamente a Mãe de Deus e que fora concedido a essas almas simples da Cova da Iria aquilo que fora recusado aos fariseus de coração incrédulo e adúltero: um sinal no céu” (William Thomas Walsh, Our Lady of Fatima, Doubleday Reprint, 1990).
O acontecimento foi aceito oficialmente como um milagre pela Igreja Católica em 13 de outubro de 1930. Algo a ser muito meditado.
Estamos, pois, na transição entre a carta e seu post-scriptum.
Mas Nossa Senhora prometeu em Fátima, depois de castigos e provas terríveis, o triunfo de seu Imaculado Coração: “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará”. Esse triunfo de Maria fará parte sem dúvida do post-scriptum dessa carta.
Não se trata do fim do mundo, mas de um complemento da História. Pois um post-scriptum não representa necessariamente a negação da carta respectiva, mas o início de algo mais. E desse algo mais nos fala o grande santo mariano São Luís Maria Grignion de Montfort, quando exclama:
“Erguei-Vos, Senhor! Por que pareceis dormir? Erguei-Vos em vossa onipotência, em vossa misericórdia e em vossa justiça”  (Oração abrasada).
Ele se pergunta:
“Quando virá esse dilúvio de fogo de puro amor que deveis atear em toda a Terra de um modo tão suave e tão veemente? Non est qui se abscondat a calore eius (ninguém pode fugir de seu calor. Acenda-se!). Accendatur: seja ateado esse divino fogo que Jesus Cristo veio trazer á Terra” (Oração Abrasada).
Voltemos à “página número 2016” da carta, a do nosso tempo; imaginemos que a mão hesita, fecha ou não fecha a carta imaginária, dobra-a ou não para pô-la no envelope com o post-scriptum. Que constará neste?
“Imaginem um cego ao qual contam como é o arco-íris. Ele pode ter uma ideia do arco-íris, mas não consegue imaginá-lo…” Assim estamos. Mas virá dia em que se olhará em torno de nós, e se dirá: “Civilização de uma beleza perfeita, de uma santidade perfeita, alegria do mundo inteiro!” (Plinio Corrêa de Oliveira),
Desejemos e aguardemos esse glorioso post-scriptum, e façamos o que esteja ao nosso alcance para que ele se torne realidade logo.  Que Nossa Senhora de Fátima nos ajude!
Em Fátima, em 13 de outubro de 1917, 70 mil portugueses testemunharam o "milagre do sol"

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