domingo, 30 de outubro de 2016

Liturgia, pode ou não pode

[afeexplicada]
Por Mônica Romano




A Instrução que visa coibir os abusos cometidos na Celebração Eucarística é a Instrução Redemptionis Sacramentum, (25 de Março de 2004). Devemos antes de mais nada manter o bom senso, um estudo cuidadoso dos documentos da Igreja e o que nos auxilia o Magistério, já seriam o suficiente para superar este pode ou não pode.
Mas algumas coisas são de senso comum, e infelizmente devido a “variedade” acontecem com frequência nas celebrações:
Rezar as orações próprias do Sacerdote: Se fosse um jogo de pode ou não pode , eu diria que: NÃO PODE. Exemplo: “ Por Cristo…”, “ Oração da Paz”, “Proclamação da Oração Eucarística”. mesmo que o sacerdote convide a assembléia a fazê-lo, deve o fiel ficar em silêncio, no fim do Por Cristo por exemplo responder com um solene e catado Amém . (Redemptionis Sacramentum).
Conversas, barulho, alvoroço, danças… NÃO PODE. Certamente haverá locais e circunstâncias propícias para extravasar a alegria de ser cristão. Na missa, vale a “regra de ouro”: o que não caberia fazer no Calvário, não cabe fazer na missa.
Estamos diante do sacrifício do Filho de Deus! No altar, Jesus oferece-se ao Pai como vítima, por nossos pecados. Portanto, conversar com o vizinho, atender chamadas de celulares, bater palmas ou fazer coreografias, danças, etc., nada disso é próprio na missa.
Vestes Clericais diferentes do que está estabelecido nos documentos da Igreja: NÃO PODE. O uso da estola é obrigatório, vestes dignas ,pois não é a pessoa do Padre que está celebrando e sim o próprio Cristo. Então , vale padre vestido de palhaço, com elementos sertanejos, africanos, são tantos…
Improvisação de altar para celebração : NÃO PODE. Improvisar o Próprio Corpo de Cristo, em cima de um local improvisado, como uma mesa de madeira, de bar, caixote, caixa de papelão, é um verdadeira sacrilégio.
Modificar textos Litúrgicos: NÃO PODE. “Cesse a prática reprovável de que sacerdotes, ou diáconos, ou mesmo os fiéis leigos, modificam e variam, a seu próprio arbítrio, aqui ou ali, os textos da sagrada Liturgia que eles pronunciam. Quando fazem isto, trazem instabilidade à celebração da sagrada Liturgia e não raramente adulteram o sentido autêntico da Liturgia” (R.S., 59);
  • Interromper a Celebração, para acrescentar orações que não estão previstas, como “cura e libertação”, NÃO PODE. Lembrar a SC. Confiar a homilia a leigos, falar na homilia de temas que não estão ligados as leituras ou ao Evangelho – NÃO PODE. a homilia poderá ser suprimida nas missas durante a semana, mas é de rigor nas dominicais e “será feita, normalmente, pelo mesmo sacerdote celebrante, ou este a delegará a um outro, concelebrante, ou às vezes, de acordo com as circunstâncias, também ao diácono, mas nunca a um leigo” (R.S., 64). Também são práticas abusivas trocar a homilia por apresentações teatrais, testemunhos de particulares, etc.; Ao fazer a homilia, procure-se iluminar, em Cristo, os acontecimentos da vida. Faça-se isto, sem dúvida, de tal modo que não se esvazie o sentido autêntico e genuíno da palavra de Deus, por exemplo, tratando só de política ou de temas profanos, ou tomando como fonte idéias que provêm de movimentos pseudo-religiosos de nossa época” (R.S., 67);
    Ministros da Eucaristia: O Ministro da Eucaristia é o Sacerdote. Não é lícito ao sacerdote, “passar” a função de distribuição da Comunhão ao ministro, mesmo que investido, e ficar sentado assistindo. Pode –se sim auxiliá-lo na função. É Cristo distribuindo Seu Corpo e Sangue. Na instrução “Inaestimabile donum”, da Sagrada Congregação para os Sacramentos e o Culto Divino, emitida em 3.IV.1980, lemos que “Os fiéis, sejam religiosos ou leigos, que são autorizados como ministros extraordinários da Eucaristia só podem distribuir a Comunhão quando não há padre, diácono ou acólito, quando o padre está impedido por doença ou por idade avançada, ou quando o número de fiéis a receber a Comunhão é tão grande que torne a celebração da Missa excessivamente longa.” (#10).
    Comungar na Mão e em pé. PODE. Está previsto nos documentos da Igreja. Desde que se faça a devida referência, deve apresentar-se com as mãos abertas, sobrepostas, receptivas a receber a sagrada comunhão. Não é correto “pegar” a partícula como se fosse um objeto comum. Recebida a comunhão, o comungante deve consumi-la imediatamente, diante do ministro.
    Comunga na boca : PODE. A forma tradicional de se comungar é diretamente na boca.
    Pegar a Sagrada Comunhão e o Sagrado Sangue de Cristo: NÃO PODE. “Não está permitido que os fiéis tomem a hóstia consagrada nem o cálice sagrado por si mesmos, nem muito menos que se passem entre si de mão em mão” (R.S., 94). A imagem acima mostra justamente um flagrante de desrespeito a essa norma. Não se deve permitir que a distribuição da comunhão seja do tipo self service, de modo que cada um tome a hóstia com as próprias mãos na âmbula e ministre a si mesmo a comunhão. Em se distribuindo a comunhão sob as duas espécies, a comunhão será obrigatoriamente dada diretamente na boca do comungante.
    Participar da celebração com roupas “ a vontade” : NÃO PODE. Mas cabe o bom senso a cada um. Receber Cristo com dignidade é o que se precisa. Não é o fato de usar uma roupa, mas decotada, curta, que vai depor contra a pessoa, mas imagine que se o celebrante aparecesse vestido de bermuda, camiseta. Todo mundo ia torcer o nariz. A noiva , o novo, com uma roupa comum, normal, não ia ser estranho? Assim como uma mulher aparecer vestida de noiva para ir ao trabalho, ir ao clube… Existem lugares apropriados para se usar determinadas vestimentas, e com certeza na Assembléia  onde nos reunimos para encontrar Cristo, é que não é o lugar de camisetas, bonés, alcinhas, transparências, calças colantes, shorts, enfim….
    Assistir Missa somente pela TV e Consagrar seu próprio pão e vinho: NÃO PODE. A Celebração Litúrgica é serviço, é ação em nos unirmos em comunidade junto a Cristo. Em  caso de doença grave, paralisia , impedimento do fiel ir até sua comunidade e celebrar junto. Um ministro extraordinário da Eucaristia levará o Viático para ele.
    Comungar em pecado mortal: NÃO PODE. É um sacrilégio, nem mortal e até venial, depende do exame de consciência de cada um. Quem vive sobre o mesmo teto maritalmente sem as bênçãos do matrimônio, está cometendo pecado grave, quem se divorciou e está vivendo maritalmente , também, quem cometeu aborto, ajudou a cometê-lo da mesma forma. Chegou a celebração na hora da consagração também não é lícito.
    Meninas podem ser coroinhas? PODE. Recomenda a presença de crianças ou jovens coroinhas que realizem algum serviço junto ao altar, como acólitos, e recebam uma catequese conveniente, adaptada a sua capacidade, sobre esta tarefa. A esta classe de serviço ao altar podem ser admitidas meninas ou mulheres, segundo o parecer do Bispo diocesano e observando as normas estabelecidas.( RS).
    Pode –se usar qualquer vinho, ou qualquer tipo de pão para consagração? NÂO PODE. O pão a ser consagrado deve ser ázimo, apenas de trigo e feito recentemente. Não podem ser usadas cereais, substâncias diferentes do trigo. É um abuso grave introduzir em sua fabricação frutas, açúcar ou mel. O vinho do Sacrifício deve ser natural, do fruto da videira, puro e sem corromper, sem mistura de sustâncias estanhas. Na celebração deve ser misturado com um pouco de água. Não deve ser admitida, sob nenhum pretexto, outra bebida de qualquer gênero.
    Posso professar minha fé durante a consagração das espécies? NÃO PODE. Durante a Consagração, é obrigatório o silêncio! Infelizmente popularizou-se, especialmente por grupos de música ligados à espiritualidade da Renovação Carismática Católica, o costume de entoar cantos de louvor ao Santíssimo Sacramento após ou durante a Consagração. Isso está terminantemente proibido! Nem mesmo acompanhamento instrumental é permitido. É silêncio absoluto! Conferir Instrução Geral do Missal Romano, 32.
    Posso ser espírita, maçom, frequentar o terreiro , e participar da Missa? NÃO PODE. Nossa doutrina é completamente oposta a tais ensinamentos, é vetado a qualquer pessoa que pratique tais ações se aproximar da Sagrada Comunhão.

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