segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Que músicas escolher para o canto de entrada?

[afeexplicada]


O Canto de entrada é o primeiro canto da Celebração Eucarística. Na minha opinião é um dos cantos mais difíceis para escolhermos, se levarmos em consideração que cada missa tem leituras particulares, coisa que este canto deve considerar. Mas antes de falarmos dos critérios para a escolha de um bom canto de entrada, é preciso entender porque cantamos neste momento.
Em primeiro lugar, é preciso que você saiba que este canto não é “obrigatório” dentro do rito, mas acompanha a procissão de entrada (entrada do sacerdote, ministros, acólitos, etc). Ele pode (sem problema algum) ser suprimido, ou seja, não cantado. Neste caso usamos a antífona de entrada que pode ser recitada pelos fiéis, ou pelo sacerdote que pode adaptá-lo a modo de exortação inicial. (IGMR 47-48). Repito: O importante não é o canto, mas a procissão da entrada.
É preciso entender que a procissão de entrada quer nos mostrar em cada missa que Deus caminha ao nosso encontro: esse é o real sentido da procissão de entrada. Em diversas passagens bíblicas diversas vemos o povo de Deus caminhando, seja em busca da terra prometida, seja em busca da libertação, seja a caminho de Jerusalém, seja ao encontro de Jesus.
Por isso neste momento a assembleia deve ficar de pé, aclamando a Cristo na presença do sacerdote, que vem ao nosso encontro, com toda sua majestade, seu poder e sua autoridade, para celebrarmos juntos os mistérios do sacrifício da missa.
É importante que se diga: Quem preside o ato litúrgico é o próprio Cristo, que se une a nós e se oferece a si mesmo e ao Pai em nosso favor. O sacerdote, quando se veste para celebrar a missa, já não está ali, mas o próprio Cristo! Mesmo o padre sendo um pecador, mesmo você tendo dificuldades com o seu sacerdote, não importa! É o próprio Cristo quem celebra a missa! Cristo faz do padre um instrumento: independente de suas limitações, independente do seu estado físico e espiritual, é o poder de Deus que vem até nós e nos faz conduzir ao Pai.
Quando o povo já está reunido, enquanto o sacerdote faz o seu ingresso com os ministros, se inicia o canto de entrada. A função própria deste canto é de dar início à celebração, favorecer a união dos fiéis reunidos, introduzir o seu espírito no mistério do tempo, litúrgico ou da festividade e acompanhar a procissão de entrada (Instrução Geral Missal Romano 25).

Segundo a Instrução Geral do Missal Romano, a finalidade do canto de entrada é:

– Abrir a celebração;
– Promover a união da assembleia;
– Nos introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros.

Ou seja:

O canto de entrada (ou de abertura) possui a finalidade de unir a assembleia e introduzi-la no mistério que será celebrado, de acordo com a liturgia do dia. Portanto os animadores litúrgicos tem a missão primeira de estimular a participação dos fiéis.
Agora vem a célebre pergunta: E quais os critérios que devemos ter para escolher o canto de entrada?

As regras básicas são:

– Cantar a antífona com seu salmo (Gradual Romano ou do Gradual simples) – Esta é uma prática pouco comum entre os católicos hoje, porém é belíssimo quando o vemos;
– Escolher outro canto condizente com a ação sagrada e com o tempo litúrgico, e cujo texto tenha sido aprovado pela conferência dos bispos. – É justamente aqui que mora o perigo! Embora esta prática seja a mais comum entre os animadores litúrgicos, é normal encontrarmos em algumas paróquias erros e até abusos, onde os músicos usam critérios equivocados para escolher as músicas.Se você vai escolher um canto de entrada para a celebração em que vai tocar ou cantar, esteja atento (a) a alguns detalhes:
1. Saiba em que tempo litúrgico você está. Por exemplo: no tempo pascal deve-se cantar a ressurreição; no tempo do natal deve-se cantar sobre a encarnação e o nascimento de Cristo; no advento cantemos sobre a expectativa da espera da vinda do Salvador; já na quaresma cantemos sobre penitência e mudança de vida…
2. Leia antecipadamente as leituras do dia. Veja o salmo e TODAS AS ANTÍFONAS: O canto nos introduz no mistério do tempo, do dia ou da festa? Quais são as suas ligações com a Liturgia da Palavra do dia? É preciso que você saiba que Deus não nos fala apenas nas leituras e na homilia, mas também em todas as antífonas. Um bom animador litúrgico precisa conhecer todos os momentos em que Deus nos fala.
3. O canto de entrada deve ser um canto que expressa a alegria de estarmos reunidos para celebrar os mistérios de nossa salvação. Veja que estamos falando de alegria, não de algazarra. Alegria é uma coisa. Bagunça e algazarra é oura coisa. Somos comunidade e precisamos viver este momento juntos. Não podemos escolher um canto especialmente para jovens só porque é a “missa dos jovens”, ou uma música mais antiga só porque é a missa onde tem mais idosos.
4. Não podemos escolher a música da moda, a música que “galera pede” e muito menos a música que vai “agitar o povão”. Lembre-se: Missa é missa, show é show, grupo é grupo e pastoral é pastoral. Existem músicas de são perfeitamente adequadas para serem usadas na procissão de entrada mas são mais lentas. Canto de entrada não é pra “botar pra quebrar”… Lembre-se disso!

Como proceder?

O Canto de entrada deve durar até o beijo do celebrante no altar. É um canto de movimento, deve expressar a marcha do povo de Deus, deve ser um canto com ritmo cadenciado para acompanhar os passos da procissão. Quantos sacerdotes não reclamam (e com razão) que ficaram esperando o ministério tocar para dar seguimento a Celebração Eucarística?
O animador precisa cantar atento ao que acontece no altar. Não deve cantar de olhos fechados ou simplesmente achando, “que é hora do show”. É preciso bom senso.

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