“A força deste pequeno rebanho está na aposta que o mesmo Deus faz nele”.
O comentário do Evangelho, correspondente ao 19º Domingo do Tempo Comum (07-07-2016), é elaborado por Maria Cristina Giani, Missionária de Cristo Ressuscitado.
Evangelho de Lucas 12, 32-48
"Não tenha medo, pequeno rebanho, porque o
Pai de vocês tem prazer em dar-lhes o Reino. Vendam os seus bens e dêem
o dinheiro em esmola. Façam bolsas que não envelhecem, um tesouro que
não perde o seu valor no céu: lá o ladrão não chega, nem a traça rói. De
fato, onde está o seu tesouro, aí estará também o seu coração».
«Estejam com os rins cingidos e com as lâmpadas acesas. Sejam como
homens que estão esperando o seu senhor voltar da festa de casamento:
tão logo ele chega e bate, eles imediatamente vão abrir a porta. Felizes
dos empregados que o senhor encontra acordados quando chega. Eu garanto
a vocês: ele mesmo se cingirá, os fará sentar à mesa, e, passando, os
servirá. E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes
serão se assim os encontra! Mas, fiquem certos: se o dono da casa
soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que lhe
arrombasse a casa. Vocês também estejam preparados! Porque Filho do
Homem vai chegar na hora em que vocês menos esperarem.»
Então Pedro disse a Jesus:
«Senhor, estás contando essa parábola só para nós, ou para todos?»
E o Senhor respondeu:
«Quem é administrador fiel e prudente,
que o senhor coloca à frente do pessoal de sua casa, para dar a comida a
todos na hora certa? Feliz o empregado que o senhor, ao chegar,
encontra fazendo isso! Em verdade, eu digo a vocês: o senhor lhe
confiará a administração de todos os seus bens.
Mas, se esse empregado pensar: ‘Meu
patrão está demorando’, e se puser a surrar os criados e criadas, a
comer, beber, e embriagar-se, o senhor desse empregado chegará num dia
inesperado e numa hora imprevista. O senhor o expulsará de casa, e o
fará tomar parte do destino dos infiéis.
Todavia aquele empregado que, mesmo
conhecendo a vontade do seu senhor, não ficou preparado, nem agiu
conforme a vontade dele, será chicoteado muitas vezes. Mas, o empregado
que não sabia, e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas
vezes.
A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido.»
Eis o comentário
Para compreender o evangelho de hoje, precisamos situar a cena no
contexto no qual ela está. E isto é no meio de um longo ensinamento
sobre a centralidade do serviço ao Reino de Deus que Jesus está
partilhando com seus seguidores (Lc 12,22ss).
Podemos imaginar Jesus rodeado de seus amigos mais íntimos, todos
olham para ele buscando guardar cada uma das palavras que saiam de sua
boca, mesmo sem entender plenamente o que elas significam. Mas escutá-lo
falar com tanta certeza do amor e cuidado que o Pai tem por cada uma de
suas criaturas infunde uma paz infinita na alma e gera uma coragem
serena para viver como Ele.
Uma vez mais somos convidados/as a nos situar no grupo de amigos,
discípulos de Jesus, suas palavras também são dirigidas a nós. Escutemos
atentamente o que Jesus disse no meio de seu discurso: “Não tenhais
medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o reino”.
Deixemos que estas palavras ressoem em nós, o que provocam? Jesus é
ciente da fragilidade de sua comunidade, porém não se preocupa porque
sabe que está sob o cuidado de seu Pai, e assim como confiou a seu Filho
sua paixão pelo Reino, agora a confia aos seus discípulos até o fim dos
tempos.
A força deste pequeno rebanho está na aposta que o mesmo Deus faz
nele. Sim, Deus investe em nós, ao nos confiar o seu projeto de vida e
salvação para toda a criação.
Por isso para esta missão não é preciso se preocupar por nada:
“vendei vossos bens e dai esmola”, o que importa é ter o coração, as
energias assim como Jesus no Reino de Deus, o resto virá como
consequência.
Jesus também adverte que para viver esta centralidade no Reino é
importante a vigilância: “Estejam com os rins cingidos e com as lâmpadas
acesas. Sejam como homens que estão esperando o seu senhor voltar da
festa de casamento: tão logo ele chega e bate, eles imediatamente vão
abrir a porta”.
Podemos advertir nesta orientação de Jesus uma mistura de atenção e
urgência. Não se há de perder tempo em distrações passageiras, como
afetos desordenados por outros interesses pessoais, econômicos,
políticos. São tantos os apelos de nossos irmãos e irmãs que em nome de
Jesus batem à porta de nossas vidas, famílias, comunidades, que é
necessário estar atentos para senti-los, discernir e agir em
consequência.
Trazendo isto para o contexto de hoje, tomamos a notícia das
estatísticas coletadas pelo sítio Wikipedia neste mês de julho de 2016,
de que a violência tem batido à porta de nosso mundo de uma maneira
sangrenta, deixando mais de duas mil vítimas inocentes. Ao todo são
1.843 pessoas que pereceram como consequência de atos terroristas neste
mês de julho, e estes números não levam em conta os totais resultantes
de incidentes em que a quantidade de mortos é dita como “desconhecida”.
Estes números alarmantes requerem uma resposta urgente, mas o que fazer?
Citando o Papa Francisco na vigília de oração durante a Jornada Mundial da Juventude
em Cracóvia: “A nossa resposta a este mundo em guerra tem um nome:
chama-se fraternidade, chama-se irmandade, chama-se comunhão, chama-se
família”. E continua: “Alegramo-nos pelo fato de virmos de culturas
diferentes e nos unirmos para rezar. Que a nossa palavra melhor, o nosso
melhor discurso seja unirmo-nos em oração”.
Oração da JMJ 2016
“Deus, Pai misericordioso que revelastes o Vosso amor no Vosso Filho
Jesus Cristo e o derramastes sobre nós no Espírito Santo Consolador,
confiamos a Vós hoje o destino do mundo e de cada homem.”
Pai Celestial, concedei que possamos dar testemunho de Vossa misericórdia.
Ensina-nos a transmitir a fé aos que estão em dúvida, a esperança aos que estão desanimados, o amor aos que se sentem indiferentes, o perdão aos que erraram e a alegria aos que estão descontentes.
Permiti que a centelha do Vosso amor misericordioso acesa em nós torne-se fogo que transforma corações e renova a face da terra.
Maria, Mãe de misericórdia, rogai por nós. São João Paulo II rogai por nós. Amém.
Ensina-nos a transmitir a fé aos que estão em dúvida, a esperança aos que estão desanimados, o amor aos que se sentem indiferentes, o perdão aos que erraram e a alegria aos que estão descontentes.
Permiti que a centelha do Vosso amor misericordioso acesa em nós torne-se fogo que transforma corações e renova a face da terra.
Maria, Mãe de misericórdia, rogai por nós. São João Paulo II rogai por nós. Amém.
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