Simão Pedro disse: 'Tu és o Messias, o filho de Deus vivo!' Mas, o que significam essas palavras?
Cabe a cada um de nós refletir e colocar Jesus no seu devido lugar.
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Jesus é o Messias, aquele que se pôs a serviço do Pai para
comunicar a vida. Seu projeto é realizar o desejo do Pai, que é
fazer-nos conquistar a salvação. Os que assumem com Ele esse projeto
recebem o poder de ligar-desligar, isto é, de provocar um julgamento em
torno do que favorece ou impede a vida. Esse poder delegado, em aberto
conflito com as forças da morte, se traduz em serviço para o bem comum.
Simão Pedro atreve-se a colocar um nome em Jesus, a dizer-lhe quem Ele é, a defini-lo: “Tu és o Messias, o filho de Deus vivo!”
Mas, o que significam essas palavras? O que é que elas significaram
para Pedro? Podemos supor que Messias recordava a Pedro as velhas
histórias de libertação de seu povo. Para um povo como o judeu, que
vivia, naquela época, sob a dominação romana, libertação não poderia ter
outro sentido que o de libertação política. Finalmente, Deus se
manifestava claramente a favor de seu povo. Isto não significa que Pedro
sentisse ódio pelos romanos, mas não seria uma legítima aspiração a
busca da liberdade tanto das pessoas como dos povos?
Ao dizer que Jesus era o Messias, Pedro estava expressando a sua fé
em um Deus libertador, um Deus que apoiava a liberdade do seu povo para
tomar as suas próprias decisões e ser, assim, dono de seu destino.
Pedro, no entanto, disse também que Jesus era “o filho de Deus vivo”
Ele não tinha clareza sobre o significado de Filho de Deus.
Provavelmente, o que Pedro procurou sublinhar foi a especial relação que
percebia entre Jesus e Deus, aquele a quem Jesus chamava de seu Abá,
seu Papai. Tratava-se de uma relação especial de amor, de carinho e de
mútua entrega. Mas, além disso, Pedro diz que Jesus é o Filho de Deus
vivo. Esta é outra informação importante para ser assinalada. A vida é o
que nós, humanos, temos de melhor. É, possivelmente a única coisa que
temos. Quando pensamos em Deus, pensamos na vida, mas não na nossa,
sempre cercada pela morte, mas na vida plena, para sempre verdadeira.
Jesus é o Filho de Deus vivo porque, desta maneira, Pedro o via. Era
capaz de comunicar a vida aos que estavam ao seu redor, aos que
encontrava, a seus amigos.
No final, Pedro confessou que Jesus preenchia totalmente suas
expectativas de libertação e de vida, que em Jesus encontrava uma
oportunidade de sair desse círculo fatal de escravidão e morte em que
nós nos vemos envoltos.
Perguntemos a nós mesmos: Será que já refletimos sobre isto? Cabe a cada um de nós refletir e colocar Jesus no seu devido lugar em nossa vida.
Perguntemos a nós mesmos: Será que já refletimos sobre isto? Cabe a cada um de nós refletir e colocar Jesus no seu devido lugar em nossa vida.
CNBB, 25-08-2014.
*Dom Eurico dos Santos Veloso é arcebispo emérito de Juiz de Fora (MG).
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