quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Papa: Fofoca é pecado!

[news]

2014-08-27
Rádio Vaticana


Cidade do Vaticano (RV) – A audiência geral do Papa com os fiéis se realizou esta quarta-feira, 27, na Praça São Pedro, ao ar livre, sob um sol de verão e temperatura amena. Participaram do encontro, como sempre, grupos de vários países. Do Brasil, assinala-se a presença de peregrinos de Porto Alegre (RS) e de Santo André (SP).
Retomando o ciclo de catequeses sobre a Igreja, Francisco refletiu junto aos 12 mil presentes sobre a profissão de fé e o ‘Credo’, ressaltando a importância de sermos “artífices de paz e reconciliadores” em nossas comunidades.
A Igreja é una e santa – como professamos no Credo –, mas esta unidade e santidade não são obra nossa; elas vêm de Deus. Na verdade, Jesus, quando estava para oferecer a sua vida por nós, rezou ao Pai pela unidade da Igreja, pedindo que todos os seus discípulos vivessem unidos com a Santíssima Trindade e uns com os outros”, iniciou o Papa.
A Igreja também é santa, pois é fundada em Jesus Cristo, animada pelo seu Espírito e repleta de seu amor e de sua salvação. Ao mesmo tempo, porém, é composta por pecadores, com suas fragilidades e misérias. Portanto, a fé que professamos deve nos levar à conversão, a termos a coragem de viver todos os dias a unidade e a santidade que provêm de Deus”.
Diz-se que os crentes da Igreja primitiva formavam “um só coração e uma só alma” e São Paulo não se cansava de lembrar aos fiéis das suas comunidades que todos são “um só corpo”.
Entretanto – lembrou o Pontífice – a experiência mostra-nos que há tantos pecados contra a unidade; e não pensemos apenas nas heresias ou nos cismas, mas em faltas muito mais comuns, nos pecados “paroquiais”: com efeito, as nossas paróquias, chamadas a ser lugares de partilha e comunhão, infelizmente parecem marcadas por invejas, ciúmes, antipatias. Como se faz fofoca nas paróquias! Isto não è Igreja, não se faz! É verdade que isso é humano, mas não é cristão!”.
Falando diretamente aos fiéis, o Papa Francisco disse que “isto acontece quando almejamos o primeiro lugar; quando colocamo-nos no centro de tudo e com nossas ambições pessoais e nosso modo de ver as coisas, julgamos os outros; quando olhamos aos defeitos de nossos irmãos, ao invés de suas virtudes; quando damos mais peso ao que nos divide do que ao que nos une…”.
O Papa citou o exemplo de uma senhora que conheceu em uma diocese em que esteve no passado. Esta pessoa, que nunca falava mal de ninguém, “poderia ser canonizada amanhã”, disse, sorrindo.
A divisão é um dos pecados mais graves numa comunidade cristã, porque a torna sinal, não da obra de Deus, mas da obra do diabo. O diabo é, por definição, aquele que divide, arruína as relações, insinua preconceitos e suspeitas; Deus, ao invés, quer que cresçamos na capacidade de nos acolhermos, perdoarmos e amarmos, para nos parecermos cada vez mais com Ele, que é comunhão e amor. Nisto está a santidade da Igreja: reconhecer-se feita à imagem de Deus, repleta da sua misericórdia e da sua graça”.
O Papa convidou todos, no final da catequese, a pedir sinceramente perdão por todas as vezes “em que criamos divisões ou incompreensões em nossas comunidades, bem sabendo que não existe comunhão sem uma contínua conversão”.
Antes de conceder a benção apostólica, o Papa se dirigiu aos peregrinos cubanos, lembrando que quinta-feira, 28, será colocada nos Jardins do Vaticano uma imagem da Virgem da Caridade do Cobre, padroeira da ilha. Francisco cumprimentou carinhosamente os fiéis presentes para esta ocasião, recomendando que levem sua benção a todos os cubanos.
Enfim, dedicou algumas palavras à memória de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, no dia de sua festa litúrgica: “Que seu amor pelo Senhor indique a vocês, jovens, a centralidade de Deus em sua vida; encoraje vocês, queridos doentes, a enfrentar com fé os momentos de sofrimento e incentive vocês, queridos noivos, a educar de modo cristão os filhos que o Senhor lhes doará”.
(CM)

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veja também:

[news]

Menos tagarelices na paróquia - A audiência geral sobre a unidade da Igreja.


2014-08-27
L’Osservatore Romano

Quando falamos de «pecados contra a unidade» da Igreja não podemos pensar unicamente nos grandes cismas ou nas divisões históricas: inclusive as paróquias, em vez de ser «lugares de partilha e de comunhão», são muitas vezes «tristemente marcadas por invejas, ciúmes e antipatias». 
Foram definidos pelo Papa Francisco pecados «paroquiais», durante a audiência geral de quarta-feira 27 de Agosto, recordando que «a divisão numa comunidade cristã» é «um pecado gravíssimo», porque é obra do demônio.
Ao reiniciar o ciclo de catequeses dedicadas à Igreja, o Pontífice deteve-se em particular sobre a unidade e a santidade. E convidou os fiéis reunidos na praça de São Pedro a pedir «perdão por todas as vezes em que fomos motivo de divisão e de incompreensão dentro das nossas comunidades», pedindo ao Senhor «a graça de não falar mal, de não criticar, de não bisbilhotar, de amar a todos». A este propósito, Francisco recordou uma senhora argentina já idosa que morreu depois de uma vida passada a trabalhar numa paróquia e recordada sobretudo por nunca ter falado mal dos outros. «Uma mulher assim – comentou – pode ser canonizada amanhã!».

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