quinta-feira, 12 de junho de 2014

Homilética: Solenidade da Santíssima Trindade

Comentário do Pe. Antonio Rivero, L.C. sobre a liturgia dominical.

São Paulo, (Zenit.org)
Por Pe. Antonio Rivero, L.C.
Ciclo A

Textos: Ex 34, 4.6.8-9; 2 Co 13, 11-13; Jo 3, 16-18

Ideia principal: O mistério da Trindade vem para desafiar todas as religiões e filosofias humanas. Enquanto que essas religiões, sobretudo as mais depuradas, como o hinduísmo e as crenças orientais, concebem a Deus como um tudo impessoal, triscando às vezes no panteísmo, o Cristianismo nos apresenta Deus pessoal, capaz de conhecer e amar as suas criaturas. Nenhuma religião chegou a conceber que a divindade amasse realmente os homens.
Resumo da mensagem: Hoje a Igreja celebra o mistério mais elevado da doutrina revelada, o seu mistério central. O enunciado do mistério é muito simples, como aprendemos no Catecismo: A Santíssima Trindade é o mesmo Deus Pai, Filho e Espírito Santo; três Pessoas distintas e um só Deus verdadeiro. Mistério insondável que nos leva a três atitudes: adorar, agradecer e amar. Somente compreenderemos isso no céu.
Pontos da idéia principal:
Em primeiro lugar nos perguntamos se este mistério, que só entenderemos no céu, servirá para nós aqui e agora. Poderíamos responder: realmente o mistério da Santíssima Trindade não serve para nada, porque Deus não serve ninguém e nada. Deus está para ser servido por nós e não para que nós nos sirvamos Dele. Temos que nos cuidar do critério utilitarista tão próprio da nossa época, que julga tudo de acordo com a utilidade e o capricho do homem. Existem bens que são desejáveis e amados por si mesmos, sem necessidade de estar procurando utilidade à nossa medida. Os antigos chamavam esses bens de “honestos” porque eram desejados por si mesmos, sem buscar a utilidade ou o deleite, que os converteria em meios. Adoro-te, Deus Trindade!
Em segundo lugar, realmente deveríamos agradecer a Deus porque ao ser um mistério inacessível à nossa mente, fez-nos o grande favor de nos humilhar, de abaixar a nossa inteligência e a nossa cabeça, e colocar-nos no nosso verdadeiro lugar e de joelhos. Deus não é um objeto do qual possamos dispor ao nosso arbítrio, Ele é o nosso Senhor e Criador, a quem temos que adorar e diante de quem temos que dobrar os nossos joelhos. Contra a soberba do homem moderno, que acha que conhece e domina todas as coisas, inclusive as mais sagradas como a alma e a vida humana, levanta-se o mistério insondável da Una e Indivisível Trindade que a Igreja proclama hoje, como faz dois mil anos. Reconheço-te, Deus Trindade!
Finalmente, a revelação deste mistério é mais uma demonstração do amor infinito de Deus para com os homens. Ele não se satisfaz só com nos amar, porém se deleita no nosso amor por Ele, e como ninguém pode amar o que não conhece, para excitar mais o nosso amor por Ele quis nos mostrar os segredos da sua vida íntima. Porque a final de contas é isso o que Deus nos revela neste mistério, nada mais e nada menos que a sua intimidade. Dessa maneira, sabemos que Deus não é um solitário fechado na sua grandeza inalcançável, mas que Nele existe um dinamismo vital de conhecimento e de amor. Deus Pai, desde toda a eternidade, gera ao se conhecer uma Pessoa, a sua Imagem plena, o Filho de Deus. E o amor entre a primeira e segunda Pessoa, entre o Pai e o Filho, é tão profundo, por ser divino, que dele brota uma terceira Pessoa, o Espírito Santo. Amo-te, Deus Trindade!
Para refletir: pense nesta frase de são Paulo: “nem o olho viu, nem o ouvido ouviu, nem entrou no pensamento humano, o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Co 2, 9).
Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:

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