sábado, 26 de fevereiro de 2011

Padres Galãs? Cantores? Popstar? Nicolaitas?

Padres que chamam atenção pela boa aparência usam modernas formas de comunicação para manter contato com religiosos. Muitos mantêm sites com fotos em situações animadas

Brasília – Eles são lindos, jovens e comunicativos. Arrancam suspiros das mulheres por onde passam, mas nunca serão de nenhuma. Casaram com a igreja e têm utilizado com frequência estratégias modernas para atrair cada vez mais fiéis às paróquias que lideram. Transformam o Orkut (páginas pessoais na Internet), rádio e televisão em extensões da igreja. A figura do padre sisudo de batina ficou para trás. Nas imagens apresentadas em álbum pessoal, o que se vê são rapazes que se dedicam à aparência.
O padre Jefferson Gonçalves, 30 anos, da Igreja de Santa Clara, em Guaratiba, tem pinta de modelo e estampa uma foto de apresentação, com camiseta e fundo azul do mar, em seu Orkut. O padre diz que é tímido e não gosta de falar sobre sua beleza. “Deixa só o povo pensar e pronto”, comenta.
No interior de Minas Gerais, em Santana de Pirapama, o padre Gilson Mendes, 35, tem em seu Orkut fotos de pescarias com o título “que pescar que nada”. Nas fotos fiéis comentam a beleza do religioso. “Prefiro não comentar”, escreve uma jovem. Outra responde: “Pois eu comento, lindo demais!”.
O padre Arnaldo Vicente, 31, é líder religioso em Santana do Pirapama juntamente com o padre Gilson Mendes. O pároco afirma que a juventude e a beleza atraem as pessoas para a igreja. “A gente que é padre novo, jovem, atrai muita gente. O encantamento e a alegria atraem as pessoas”, resume. Ele considera que o padre Fábio de Melo trouxe renovação para a Igreja. “Ele é muito pé no chão. Nós, padres, temos que entrar por esses meios, nós lidamos com massa”. Também em Minas Gerais, o padre Molina, 33, está no terceiro perfil de Orkut, e duas comunidades o homenageiam.
Ceilândia (DF) tem seu “muso” na Paróquia de São Marcos. O frei Fabrício Nogueira é assediado, mas garante que contorna sem problemas. Uma das fiéis, Ana Carolina Alves, conta que o pároco só joga futebol aos domingos após as 22h para evitar os gritos femininos de ‘lindo’. “Numa festa da igreja, as mulheres gritaram ‘gostoso’. Ele ficou bravo e ameaçou encerrar o encontro”, comenta ela.
Em São Paulo, surgem novos líderes carismáticos. O padre Juarez de Castro é um fenômeno musical e artístico. Aos 42 anos, sabe contornar os suspiros das fiéis, encantadas por sua beleza madura. Entre outros destaques das paróquias paulistas estão os padres Rodrigo Alves, 30, de Loreta, e Rodrigo Natal, 30, de Taubaté. A paulistana Lina Teixeira acha que os padres não devem cuidar da aparência. “Homem bonito não pode ser padre”.
‘Público ouve mensagem desse jeito’
Da ala dos padres galãs de São Paulo, o pároco Rodrigo Fernando Alves é um dos mais discretos. Aceita somente os fiéis da Diocese de Lorena em seu Orkut e na comunidade que criou sobre ele mesmo para congregar a comunidade religiosa. A página “Sou amigo do Padre Rodrigo” tem 840 participantes. O padre, de 30 anos, se diz um corintiano apaixonado.
O sucesso dos padres é tanto que alguns párocos usam foto do padre Fábio de Melo em suas páginas na Internet, em vez da própria imagem. Fato semelhante ocorre com o padre paranaense Reginaldo Manzotti.


O teólogo e reitor da Faculdade Estado do Rio Grande do Sul, Oneide Bobsin, comenta o fenômeno: “O cristianismo católico é carregado de imagens, a mídia se apropriou delas e, agora, a igreja usa essas imagens produzidas pela mídia para falar a determinado público que só ouve a mensagem desse jeito”.
Fonte: o DIA ON LINE

Vendo propagandas de shows e depois de ler o que disse o insigne Doutor da Igreja, São Jerônimo: “Procurando na História quais os homens que têm difundido na Igreja o veneno das heresias, não encontrei outros senão os padres” me veio à mente o que escrevo nesta crônica.
As palavras de São Jerônimo são fortes e não sei o que ele diria hoje, mas fico escandalizado ao ver o numero de sacerdotes que se apresentam em programas de televisão, travestidos de leigos, usando maquiagem e roupa de luxuosas grife, ao lado de mulheres seminuas, onde parecem pactuar com apresentadores que dão a entender serem defensores do aborto, da eutanásia, da promiscuidade, inimigos das virtudes, amigos dos vícios e obstinados adversários da Fé. Isso me fez lembrar com
tristeza o escândalo causado pelo ex-padre Alberto Cutié, que era pároco em Miami Beach, e que empolgava a muitos com seus programas na rádio e na televisão americana, ao ser fotografado deitado numa praia, abraçado a uma garota e com sua mão dentro da parte inferior de seu biquíni.

Porque aconteceu isso? Seria por se sentir endeusado ou pelo
permissivismo de seus superiores?
As palavras de São Jerônimo me deixam mais preocupado ainda e fico
pensando porque seria que os superiores desses padres assistem tudo calados ou seria que nas tertúlias em busca de popularidade, eles até os apóiam? Não penso que esse seja o dever de um sacerdote, e para mim assumem papeis ridículos. Tudo que tenho visto me faz pensar que esses “padres-galãs” amam os aplausos e a efêmera permanência na mídia, e que pelo sucesso trocam até a fé pela fama e se tornam falsos profetas. E nesse viés, a Igreja reclama da falta de vocações!
Agindo assim, será que as ações desses padres não são iguais às dos NICOLAÍTAS? Etimologicamente NICOLAÍTA vem do grego e se compõe de duas palavras: “Nikao”: “Conquistar” e “Laos”: “Povo Comum”. Então, NICOLAÍTAS significa: “Aquele que conquista ou domina o povo comum ou leigo” – “Conquistadores de leigos”.

Na minha forma de ver as coisas, um Padre não deveria agir assim, e sem transigir com o erro, ele deveria atentar para que a evangelização esteja em conformidade com a orientação do Magistério da Igreja. Até que momento os “padres cantores” são padres e quando começam a ser artistas?
Será que o povo tem livre acesso a esses sacerdotes, artistas-galãs? E, se alguém os procura, será que recebem orientações ou apenas posam com eles para fotos e recebem autógrafos nos CDs, DVDs, livros e pôsteres? Será que para evangelizar, um Padre deve ir para um palco, cantar e cobrar cachê?
Ao observar a agenda de compromissos com shows de um desses padres- galãs me pergunto se o cotidiano deles é o mesmo dos demais padres “comuns” das Dioceses? E o que seria que eles pensam da veneração aos Ícones Sagrados, da Missa e das Tradições da Igreja? Será que a Igreja precisa de “padres galãs”, com suas mensagens pobres de ortodoxia e abundantes em imprudência, com as fãs pulando na platéia e tentando agarrá-los em seus shows?

“Escolhi recolher do mundo o que é naturalmente belo e bom. Há algumas canções de autores de nossa música popular brasileira que quando termino de cantar tenho vontade de liturgicamente dizer ‘Palavra da Salvação’.”

Daí me faço a pergunta: será que o Patrono dos Párocos, São João Maria Batista Vianney – o inspirado Santo Cura d’Ars, tinha contrato com alguma gravadora, e qual seria o preço para alguém estar em sua presença e escutar às suas pregações? Não cobrava nada! E não era para assistir a um show que milhares de pessoas o visitavam todos os anos. Quando queriam encontrá-lo dirigiam-se à Igreja, participavam de suas Missas, escutavam suas homilias e tinham acesso direto a ele no confessionário, sem ter que pagar um centavo, e não numa platéia ou num palco de “missas show”.

Será que os tempos de hoje são outros? Penso que não, e felizmente ainda existem muitos padres comprometidos e coerentes com a Sagrada Escritura, com a Doutrina e o Magistério da Igreja, e que sem serem cantores ou galãs, dão shows de eloqüência e atuam em consonância com os evangelhos.
Alberto Fioravanti
*Jornal “O DIÁRIO” – Campos dos Goytacazes – RJ*
*Dr. em Planejamento Econômico e Social, e Acadêmico da Academia
Campista de Letras*


A Missa é a renovação do sacrifício do Calvário. Na Missa, Cristo morre misticamente, renovando-se, atualizando-se o sacrifício da Cruz.

Transformar esse ato divino em show se constitui em verdadeira profanação, porque se misturam coisas sagradas com coisas profanas.

Graças a Deus jamais assisti a essas missas de padres que buscam mais atrair a atenção sobre si, do que levar o povo a Cristo, e as almas para o céu.
Eles pretendem trazer de volta o povo, que fugiu das igrejas depois do Vaticano II. Eles querem atrair as almas fazendo imitações de shows de TV, e imitando a demagogia de pastores heréticos. Tudo isso demonstra que eles perderam a noção da verdadeira Fé. Eles esqueceram o que Cristo disse: “Quando eu for levantado [na Cruz], atrairei tudo a mim”. Eles esquecem que um sacerdote só pode atrair se viver o cristianismo na oração e na penitência.
Esses pobres padres cantores esqueceram, ou recusam entender, o que disse Jesus;
“Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” ( Luc 9, 23).
É falando da cruz que se atraem as almas. A alma humana — a alma de qualquer pessoa — é algo inestimável, tanto que Cristo morreria por uma só delas. As almas somente são verdadeiramente atraídas — mesmo as almas mais miseráveis e perdidas — só pela graça de Deus, pelo sacrifício por amor.
Esses padres julgam que a cruz, o sofrimento suportado por amor a Deus, afasta o povo, quando é exatamente o oposto: é a cruz e o heroísmo que atraem. Eles julgam que as almas são como as moscas e não como as águias. Eles querem atrair as pessoas com melaço, e só captam moscas, que logo abandonam o pires de romantismo e de sensualismo, que lhes oferecem em musiquinhas ridículas, para procurar vasos piores, porque as moscas, depois do melaço, voam para aos monturos de lixo.
As almas — repito — são como águias, e não como moscas. E Jesus nos disse:
“Onde está o corpo, lá estarão as águias” (MT XXIV, 28 ).
Onde for levantado o corpo de Cristo com Fé, lá se reunirão as águias.
Trouxeram-me para ouvir algumas canções desses padres, e não agüentei ouvi-las, de tal maneira as canções eram de nível baixíssimo, mesmo do ponto de vista cultural. E ainda que fossem obras primas artísticas não se poderiam colocá-las nas Missas.
São Pio X proibira tocar músicas de Haydn, Mozart e Bach, nas cerimônias litúrgicas, que dirá as esteticamente miseráveis cançonetas desses padres que ignoram tudo, desde a estética até a liturgia?
Por que, se não ignoram, a culpa deles é bem maior.
Fuja pois desses padres cantores e dessas missas show, que isso não leva para Deus.
Fonte: Orlando Fedeli.

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